10.14.2006

estopas secas

nenhuma umidade
nem mesmo os pés tropeçaram juntos
nenhuma palavra e um clima tão perfeito...
e o som de tua lingua mais uma vez dizendo: "Pára!"
(...)
Dores de casas sem janelas
platéia cheia para eu vazio
delicadezas pontiagudas
a liberdade de estopas e a infelicidade por estopim
uma implacável sondagem de minhas profundezas
e nós preenchidos de uma santidade vulgar
é natural que haja sombras
é natural que essa liberdade não seja a essência do amor
que seja um inimigo
minha negação é uma concessão
nosso laço é o poder que tenho de não poder ser ferido
um bálsamo para minha maldade
aos poucos consigo distinguir o ruído das formigas
enquanto me dedico ao esporte de caçar pensamentos
Há em mim um buraco na pele onde goteja meu sangue
porque não detivemos o tempo quando a garrafa estava cheia?
chamo de destino nossa incapacidade de parar o tempo
divido meu corpo em fragmentos iguais
Acho que estás com sono
e tens todo o direito de estar
a noite terminou....
é natural que em minha dor...
me limpe com estopas secas

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

querido,
lindo e ácido seu texto...
tenho um pra vc tb..
na mesma proporção.. vê lá no meu

www.fotolog.com/noniela

beijos de amores congelados.
mas ainda beijos!!

segunda-feira, outubro 16, 2006  

Postar um comentário

<< Home