8.08.2013

em tempos difíceis... o melhor é não gritar tanto... melhor olhar para dentro e ver o que conseguimos de energia... de verdade... melhor é vasculhar os próprios rins e desinflamá-los.... olhar para as próprias mãos armadas e retirar das próprias mãos todo e qualquer objeto cortante... O triste é que as marcas de sapato em meu peito nos últimos tempos são de quem também sofre... de quem também luta por sobrevivência... novamente a memória me motiva a resistir... e me dá algum sopro de vida... quando vejo artistas atirando em artistas sinto que o poder corrupto conseguiu seu intento... sinto medo... sinto tristeza quando o ato de aparecer é mais potente que a atitude de existir... Lutamos tanto tempo para o teatro se tornar uma arma contra a injustiça... e o que vejo é o teatro armado contra si próprio... armas apontadas do lado oposto as que a guerrilha nos exige... mas ainda acredito... que haverão tempos de paz... que não retiraremos as poucas moedas dos bolsos de quem passa fome... que derrubaremos a casa do ESTADO e não do pequeno grupo que tenta sobreviver... que derrubaremos a casa da Intolerância... que derrubaremos a casa de quem impõe religião e sexualidade.... que derrubaremos a casa do ódio... que comeremos na mesma mesa... e cozinharemos na mesma cozinha... Eu ainda acredito!...Borandá!