12.05.2006

a noite escuto gemidos que tem o tamanho de uma goteira na pia da cozinha
estivemos retorcidos
e nossa alma uma palavra limpa
tomo cuidado para não tocar-mos um no outro
não há o que ser esvaziado
a ternura que possuimos é a única dose para dormir
não me entrego ao sono... não devo... não morro
objetos sujos me comem a noite
Há um ponto no meio que me fatia duramente
engulimos alguma água suja
o osso dói como um inquérito sobre a umidade
não sei nada quanto as horas... não contei
resisto a tentação de trair Deus
estou encharcado e não vou dormir com essas roupas
logo a noite sairá a passeio
violarei minhas dores
um pacto estipulado com a resistência
a quase decisão da renuncia
a torneira que pinga... é um desperdício....

(...)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E, nesse processo de (des)construção da culpa, cada frase tem um cuidadoso significado... Quando se juntam todas as frases, tem-se o todo: dor e dúvida.

quarta-feira, dezembro 06, 2006  
Anonymous Anônimo said...

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segunda-feira, dezembro 18, 2006  

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