MINHA FELICIDADE É QUASE SEMPRE DOLOROSA....
arranco uma pedra fincada em minha pele...
e aceito essa crueldade sensual
minha delinquência sempre mantiveram meus olhos atentos
não reajo ao lugar comum de que toda vítima
espera constantemente uma vingança
o que possuo agora é uma maldade santa
que não destrói, mas equilibra
desafio minhas proibições
e revisto minha malícia com a experiência de ser descoberto
meus enigmas foram violados
meus heróis ajoelharam-se à minha frente
em uma espécie de renúncia cheia de desculpas
possuo em cada perna quebrada um princípio de seleção
nada é tão lógico quanto o impulso carnal
que revolta a razão...
que deixa a qualidade de amar à beira do impossível
é a impossibilidade que o torna pleno
amar é uma investigação de profundezas
minhas tentações serão puras se ausentes da posse
deixo a vitória profana a quem a deseja
amantes plenos são destrutivos....
porque a plenitude é o amor pelo irmão
Cada dia homem e mulher tornam-se iguais e fraternos
pouca coisa os distingue...
só alcançarão a plenitude na igualdade do espelho...
é quando dói
é quando se separam
nenhum ser suporta a perfeição
o amor é trágico à luz de meu ciúme
suficiente para haver renúncia
o tédio é uma festa incômoda
acompanhamos insetos batendo asas em nossos ouvidos
cada vez que desejo a carnificina perco sangue em minhas veias
a correção acontece com o tempo
é um erro de cálculo que a natureza cuida de nivelar
logo deixaremos a petulância original
os arrogantes são tolos e conseguem hipnotizar a si mesmos
não quero assassinar meus defeitos
preciso deles...
se eu disser que meus demônios são santos
na certa meus demônios seriam infelizes
Há venenos terríveis na exaustão
esforços artificiais paralisam a mente
estou nu depois da demolição
ando sobre os escombros
encontro pequenos objetos que havia perdido antes mesmo do prédio ruir
até mesmo a minha nudez pode ser um simulacro
sou incapaz de agir contra a minha natureza
quem ousa dizer que não é um foragido?
a culpa sempre nos pertence
quanto custa a simulação?
O que acontece com as mãos?
Há tantas rachaduras
e melancolias
e viagens de volta
todo esse silêncio é uma transfusão de sangue mútuo
qualquer existência será desprezada se negarmos a ela a compartilhação da desgraça....
ignoro e desprezo a compartilhação
é permitido destruir em prol da própria vida
assim são as guerras...
por fim
meus cômodos estão impecavelmente limpos...
já não sou um aprendiz do crime
muito menos coagido a roubar pelo bando de ladrões....
minha felicidade...
será quase sempre dolorosa...
(...)
e aceito essa crueldade sensual
minha delinquência sempre mantiveram meus olhos atentos
não reajo ao lugar comum de que toda vítima
espera constantemente uma vingança
o que possuo agora é uma maldade santa
que não destrói, mas equilibra
desafio minhas proibições
e revisto minha malícia com a experiência de ser descoberto
meus enigmas foram violados
meus heróis ajoelharam-se à minha frente
em uma espécie de renúncia cheia de desculpas
possuo em cada perna quebrada um princípio de seleção
nada é tão lógico quanto o impulso carnal
que revolta a razão...
que deixa a qualidade de amar à beira do impossível
é a impossibilidade que o torna pleno
amar é uma investigação de profundezas
minhas tentações serão puras se ausentes da posse
deixo a vitória profana a quem a deseja
amantes plenos são destrutivos....
porque a plenitude é o amor pelo irmão
Cada dia homem e mulher tornam-se iguais e fraternos
pouca coisa os distingue...
só alcançarão a plenitude na igualdade do espelho...
é quando dói
é quando se separam
nenhum ser suporta a perfeição
o amor é trágico à luz de meu ciúme
suficiente para haver renúncia
o tédio é uma festa incômoda
acompanhamos insetos batendo asas em nossos ouvidos
cada vez que desejo a carnificina perco sangue em minhas veias
a correção acontece com o tempo
é um erro de cálculo que a natureza cuida de nivelar
logo deixaremos a petulância original
os arrogantes são tolos e conseguem hipnotizar a si mesmos
não quero assassinar meus defeitos
preciso deles...
se eu disser que meus demônios são santos
na certa meus demônios seriam infelizes
Há venenos terríveis na exaustão
esforços artificiais paralisam a mente
estou nu depois da demolição
ando sobre os escombros
encontro pequenos objetos que havia perdido antes mesmo do prédio ruir
até mesmo a minha nudez pode ser um simulacro
sou incapaz de agir contra a minha natureza
quem ousa dizer que não é um foragido?
a culpa sempre nos pertence
quanto custa a simulação?
O que acontece com as mãos?
Há tantas rachaduras
e melancolias
e viagens de volta
todo esse silêncio é uma transfusão de sangue mútuo
qualquer existência será desprezada se negarmos a ela a compartilhação da desgraça....
ignoro e desprezo a compartilhação
é permitido destruir em prol da própria vida
assim são as guerras...
por fim
meus cômodos estão impecavelmente limpos...
já não sou um aprendiz do crime
muito menos coagido a roubar pelo bando de ladrões....
minha felicidade...
será quase sempre dolorosa...
(...)
6 Comments:
salve cleiton. muito bom o texto. maldade santa e os cômodos limpos são imagens bem fortes. e esse tema tá rondando... os fantasmas... cada vez mais presentes. sussurrando na claridade. já cansaram da sombra. ainda bem
Belo texto, Cleiton.
Assim como todos que li aqui.
hum... li como pediu!!!!
e gostei!
beijos muitos tantos e vários!
Saudade...
Aquela sincera...
Atualiza!Atualiza!Atualiza!
rsss)
dilaceração sentimental e palavras em fúria muito bom
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