1.17.2007

sangues que não cuspo mais


não perdoo minha própria fé
e esse sangue que não cuspo mais
e minhas perfurações de tiros imaginários...
não, não me corto
quando vem, conheço a junta de seus dedos
não há risos para que se escute
visto roupas que não me pertencem
meu reverso da lição é a minha capacidade de encontrar meus espelhos
baixo meus olhos e estou cheio de ternura
se vc desaparecer não acharei graça alguma
portanto não solte suas mãos de meus ombros....
mesmo que eu precise ir
nossas naturezas trágicas
meu apelo e minhas terras distantes...
pensamentos de como morreremos...
de como heróis são assassinados ou destinados à morte...
apaixonamos por jovens mortos...

guardo em mim o declínio de um imperadore romano...
destruidor.. decadente... bestial...
profundezas de meu coração dão espaço a uma bela imagem
de um herói decapitado
belo é o cadáver do lixeiro
Sair sem nenhum arranhão seria uma imperfeição não aceita por nossas naturezas....
meu corpo baleado e retorcido encontra prazer próximo a morte...
minhas premonições e cenas que aqui passam são irrecuperáveis
terei sempre meus relicários de peças quebradas
e terei sempre, pra eles, uma expressão obscena e de indisfarçada embriaguez...
meus ouvidos insistem nesse silêncio congelado e estrondoso sem o menor sentido....
mas sentido...
tenho rins que dilatam meus monstros
e hoje...
copio imagens defeituosas e corrijo-as a meu gosto....
....
(foto: Cleiton Pereira em cena de FRATELO)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

É o fim da pureza.
(...)
É o fim da pureza.

(Dói e não traz benefícios aparentes. Ainda não os descobri.)

E só nos sobram as correntes de Prometeu, infinitas enquanto dure nossa existência.

quinta-feira, janeiro 18, 2007  
Anonymous Anônimo said...

e agora eu sempre estou passando por aqui...

quinta-feira, janeiro 18, 2007  

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