ai esta vc... no escuro...
vendo coisas que vão alem dos nossos objetos...
deite-se...
me pertença como antes esteve....
sinto sua falta...
dos ratos que abrimos...
de nossos açougues...
de nossas culpas...
de nossos papéis...
(...)
olhe pra mim quando quiser...

(foto: Arthur Netto - em cena de FRATELO- irmão amigo que foi levado embora por alguns anjos)

estopas

talvez hoje eu nao te escreva...
talvez hoje eu não vá...
nem coloque as reticências...
porque não há palavras
não há pernas
e nem letras
que digam
o quanto há aqui
to vendo vc na janela....
tão linda....
vou...
e fico...
até o dia que tiver que ir...
por hora...
continue visitando meus sonhos
por horas....

por elise...

a mulher, corre atrás do lixeiro

MULHER

O que vc vai fazer quando terminar isso aqui?
LIXEIRO

Eu? Vou pular no mar. E você?
MULHER

Eu? Vou entrar na onda....

(lixeiro e Mulher se lham profundamente. Ela vai para tocá-lo. É uma pessoa especial.)
LIXEIRO

(Afasta-se, sem graça) Não... eu estou sujo (os dois vão sair para lados opostos.) Vem comigo mais um pouco.

(Os dois correm juntos.)

textos: POR ELISE de Grasse Passô - grupo espanca! - MG

samurais...

eis-me... samurai de cabos de vassoura...
ao ataque delicado...
quero suportar a beleza plena....
porque me equilibra....
para suportá-la... liberto....






(na foto... eu no Vitamina Cênica 2005)

ESTOPAS

Respostas sem perguntasAmoras pra adoçar palavras e palavras e palavrasE tudo o que quero é varrer minhas migalhas Respirar... fundo Depois soltar Pontos que não se encerram Abro a mão... nela uma rosa - não fere – exala Nessa beleza sem espinhos Sejamos ar...........................

existem dores não pronunciaveis... porque te libertam

arthur... meu companheiro de cena
FRATELO
morte... pós morte
sorte....

esses muros todos caindo...
quantos jardins....
nós livres de alma...
minhas frases pra vc completar...
minhas reticências e o ar faltando
e sobrando...
que bom que dormiu em casa....

o que vem depois?...

estopas

belas estopas essas que me visitam...